Cacau

“O cacau é uma das grandes riquezas da Bahia que
é o segundo produtor de cacau do mundo. A região
do cacau é Ilhéus e Itabuna. O comércio
do cacau dá um grande movimento aos portos de Ilhéus
e Salvador.”
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A
Região Sul da Bahia e o Cacau
(antes da Vassoura-de-Bruxa)
A história da cacauicultura na Bahia se confunde com a
própria história da região, pois o cacau
fez o desbravamento para o interior, fundou cidades, formou gerações.
O cacau criou uma civilização no sul da Bahia, um
patrimônio, uma identidade histórico-cultural determinada
pela atividade agrícola.Até 1930, a lavoura se desenvolveu
a contento, quando, então, uma séries de problemas
internos vividos pelo Brasil na República Velha e mais
a situação econômica internacional, resultante
da crise de 1929, deu início a um período de dificuldades
crescentes para o produtor e a região. De 1930 até
meados da década de 50, as dificuldades foram se acumulando,
as crises eram cíclicas. Organismos estaduais e programas
federais tentavam minimizar problemas agronômicos e financeiros
que afetavam as lavouras. Em 1931, é criado o Instituto
de Cacau da Bahia - ICB. A Cooperativa Central dos Agricultores
do Sul da Bahia é fundada em 1942. Em 1957, os problemas
estão agravados e a cacauilcultura vive a pior crise de
sua história. A atividade cai a níveis anti-econômicos
porque os preços do produto no mercado internacional estão
muito baixos, a tecnologia para sustentar o seu desenvolvimento
é insuficiente, o crédito é caro e escasso.
Predomina a lavoura extensiva, infestada de doenças e pragas.
Os agricultores endividados, sem recursos ou estímulos,
são levados ao desânimo, muitos ao abandono do cultivo.
O cacau era um produto-problema, considerado uma cultura sem perspectivas.
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UM
NOVO TEMPO
No auge dessa crise, a 20 de fevereiro de 1957, o governo federal
cria a "Comissão Executiva do Plano de Recuperação
Econômico Rural da Lavoura Cacaueira"- CEPLAC, com
o objetivo de recuperar e racionalizar a lavoura. No início
eram poucos funcionários reunidos numa 'comissão'
provisória, com tarefa aparentemente emergencial a ser
cumprida. E, também mínimas as adesões
da primeira hora. No entanto não faltavam idéias,
união, desejo de colaborar e construir. As críticas
aos problemas deveriam ser exercidas antes de tudo, com interesse,
trabalho e dedicação ao 'plano'. O crédito
orientado foi o instrumento prioritário usado pela CEPLAC
para recuperar uma lavoura em crise.
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Através
do crédito, os cacauicultores puderam empregar a tecnologia recomendada
pela CEPLAC, modernizar e ampliar suas lavouras e dotar as fazendas
de infra-estrutura apropriada para produzir mais, com menos custos.
Durante quinze anos a CEPLAC prestou efetiva assistência financeira
aos produtores de cacau.
FALANDO
DO CACAU
O cacaueiro (Theobroma cacao) é uma espécie nativa
da floresta tropical úmida americana, sendo seu centro
de origem, provavelmente, as nascentes dos rios Amazonas e Orinoco.
A partir do seu centro natural, o cacaueiro ultrapassou os Andes,
formando as populações da Venezuela, Colômbia,
Equador, países da América Central e México,
como também se dispersou ao longo do rio Amazonas originando
as populações encontradas no Brasil e nas Guianas.
Do Brasil, o cacaueiro foi introduzido na África, sendo
que as primeiras plantações ocorreram nas ilhas
de São Tomé, Príncipe e Fernando Pó.
Posteriormente, foi introduzido em Gana, expandindo-se por diversos
países como Nigéria, Costa do Marfim, Camarões
e Malásia, de onde provem hoje cerca de 70% da produção
mundial de cacau. Na Bahia, o cacaueiro foi introduzido em 1746,
pelo colono francês Luis Frederico Warneaux, que trouxe
as sementes do Pará, doando-as a Antonio Dias Ribeiro.
Estas sementes foram plantadas por Antonio Dias Ribeiro na fazenda
Cubículo, situada à margem direita do Rio Pardo,
na época pertencente à Capitania de São Jorge
dos Ilhéus, atualmente município de Canavieiras.
A fazenda Cubículo existe até hoje com plantações
remanescentes das primeiras sementes ali introduzidas, pertencendo
atualmente ao Dr. Augusto Reis. |
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Fonte:
http://www.orlandocruz.com.br/
cacau.html Acesso em: 28/11/2005 |
Plantação
de Fumo

“O fumo baiano de excepcional qualidade é considerado
como um dos senhores do mundo. A indústria do fumo é
uma das grandes fontes de renda do Estado e há, em pleno
desenvolvimento inúmeras fábricas de charutos.” |
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O
FUMO E SUAS ORIGENS
O fumo no mundo
Se
o fumo constitui, hoje, um dos fatores mais importantes da economia
de vários países do mundo, a sua origem permanece
obscura à luz da pesquisa e da história. Para uns,
o fumo seria originário das Américas; para outros,
o tabaco designaria certas plantas já fumadas na Ásia,
desde o séc. IX, provavelmente em cachimbos.
O certo é que Cristóvão Colombo testemunhou,
em 1492, o hábito de fumar as folhas de tabaco, evidenciando
que a história do fumo, na América, começa
bem antes da chegada dos europeus. A hipótese mais provável
é a de que a planta teria surgido nos vales orientais dos
Andes bolivianos, difundindo-se pelo território brasileiro
através das migrações indígenas, sobretudo
do Tupi-Guarani.
Entre
os Índios
Para
os índios brasileiros, o fumo possuía caráter
sagrado e seu uso era, geralmente, limitado a ritos mágico-religiosos
e fins medicinais. Afirmavam que a planta curava feridas, enxaquecas
e dores de estômago...
Consta
que, das formas de consumo do fumo, os índios adotavam
pelo menos seis usos diferentes: poderia ser comido, bebido, mascado,
chupado, transformado em pó e fumado. Porém, dentre
todas essas formas, o hábito de fumar era, seguramente,
o mais relevante.
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A
Expansão pelo Mundo
No
início de novembro de 1492, os companheiros de Cristóvão
Colombo viram, pela vez primeira, os índios fumarem. Começara,
desde então, a história de uma fantástica expansão.
Em apenas um século, o fumo passou a ser conhecido e usado no mundo
inteiro, expandindo-se de duas maneiras: a primeira, através dos
marinheiros e soldados, para quem era o fumo um bom passatempo, durante
os longos meses de viagem; a segunda, por meio das expedições
de portugueses ao Brasil, que levaram a planta para Portugal e França,
difundindo-a, posteriormente, em outros países europeus.
O
fumo no Brasil
Inicialmente,
no Brasil, os colonos adquiriam o fumo dos índios, através
de um sistema de trocas. Mas, uma seqüência de guerras fez
com que, a partir de 1570, aproximadamente, eles mesmos começassem
a cultivá-lo. Primeiro, seu objetivo era o consumo próprio;
depois, o comércio, instigados pelos comerciantes portugueses,
com o intuito de abastecerem o mercado europeu. As lavouras ocupavam pequenas
áreas e se localizavam, de preferência, na costa, entre Salvador
e Recife e, sobretudo, no recôncavo baiano.
O
destino do fumo brasileiro tomou três direções: o
de primeira e segunda qualidade era mandado para Lisboa, sendo sua maior
parte reexportada para outros países da Europa. Uma outra parte
servia de moeda, no período colonial, para o comércio de
escravos com a África. E a terceira destinava-se ao consumo interno.
Aliás, nenhum outro produto colonial se propagou, no continente
europeu, com tanta rapidez e angariou tantos apreciadores como o tabaco...
No entanto, a produção anual de fumo, durante o período
colonial apresentava numerosas variações, especialmente
por causa das pragas que atingiam a planta e das chuvas e secas prolongadas
que reduziam as safras. O fumo brasileiro beneficiou-se, porém,
de conjunturas que favoreceram o seu desenvolvimento. Em 1680, já
atingia a 3.750t, e continuou crescendo com a política de fomento
à agricultura introduzida pelo Marquês de Pombal, conseguindo
permissão para exportar 200t, através de Portugal.
Esse
ritmo de franco desenvolvimento fez com que a produção de
fumo viesse a se acelerar, abrindo novas fronteiras, além da Bahia.
Começaram, assim, a aparecer áreas fumageiras em Minas Gerais,
Goiás, São Paulo e, de forma mais acentuada, no Rio Grande
do Sul, com a chegada de imigrantes europeus, especialmente de origem
germânica.
A Comercialização
No
princípio, um dos graves problemas enfrentados pela fumicultura,
em todo o país, foi a difícil comercialização.
Enormes eram as distâncias, não havendo nem estradas nem
meios de transporte adequados!
A
partir do séc. XIX, o quadro começou a dar sinais de alento,
com a criação de circuitos comerciais. Permanecia, entretanto,
um crucial problema: a moeda. É que, em regiões distantes
dos grandes centros comerciais e de consumo, havia a escassez desse produto
básico. E, em conseqüência, o comércio era, em
sua grande parte, feito à base de trocas.
Fonte: http://www.afubra.com.br.
Acesso em: 28/11/2005.
Salvador

“Salvador, capital da Bahia, é uma cidade de gloriosas
tradições. Com seu casario colonial, suas baianas
de torso e batas rendadas; seus dois elevadores que servem a “cidade
alta” e a “cidade baixa”; suas procissões
do Senhor do Bomfim e suas comidas típicas e saborosas,
Salvador é uma das cidades mais queridas dos brasileiros.”
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Salvador,
capital da Bahia, é uma cidade de gloriosas tradições.
Com seu casario colonial, suas baianas de torso e batas rendadas;
seus dois elevadores que servem a “cidade alta” e
a “cidade baixa”; suas procissões do Senhor
do Bomfim e suas comidas típicas e saborosas, Salvador
é uma das cidades mais queridas dos brasileiros.
A
história da cidade de Salvador inicia-se 48 anos antes
de sua fundação oficial com a descoberta da Baía
de Todos os Santos, em 1501. A Baía reunia qualidades portuárias
e de localização, o que a tornou referência
para os navegadores, passando a ser um dos pontos mais conhecidos
e visitados do Novo Mundo. Isso fomentou a idéia de construção
da cidade. O rei D. João III, então, nomeou o militar
e político Thomé de Sousa para ser o Governador-geral
do Brasil e fundar, às margens da Baía, a primeira
metrópole portuguesa na América. Em 29 de março
de 1549, a armada portuguesa aportava na Vila Velha (hoje Porto
da Barra), comandada pelo português Diogo Alvares, o Caramuru.
Era fundada oficialmente a cidade de Cidade do São Salvador
da Baía de Todos os Santos, que desempenhou um papel estratégico
na defesa e expansão do domínio lusitano entre os
séculos XVI e XVIII, sendo a capital do Brasil de 1549
a 1763. O trecho que vai da atual Praça Castro Alves até
a Praça Municipal, o plano mais alto do sítio, foi
escolhido para a construção da cidade fortaleza.
Thomé de Souza chegou com uma tripulação
de cerca de mil homens – entre voluntários, marinheiros
soldados e sacerdotes, que ajudaram na fundação
e povoação de Salvador.
Em
1550, os primeiros escravos africanos vieram da Nigéria,
Angola, Senegal, Congo, Benin, Etiópia e Moçambique.
Com o trabalho deles, a cidade prosperou, principalmente devido
a atividade portuária, cultura da cana de açúcar
e comercialização o algodão o fumo e gado
do Recôncavo.
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A riqueza da Capital atraiu a atenção de estrangeiros,
que promoveram expedições para conquistá-la.
Durante 11 meses, de maio de 1624 ao mês de abril de 1625,
Salvador ficou sob ocupação holandesa. Em 1638, mais
uma tentativa de invasão da Holanda, desta vez com o Conde
Maurício de Nassau que não obteve êxito.
A
cidade foi escolhida como refúgio pela família real
portuguesa ao fugir das investidas de Napoleão na Europa,
em 1808. Nessa ocasião, o príncipe regente D. João
abriu os portos às nações amigas e fundou
a escola médico-cirúrgica, primeira faculdade de
medicina do País.
Fonte:
http://www.facom.ufba.br/com024/salvador/fotos.html
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Em
1823, mesmo um ano depois da proclamação da Independência
do Brasil, a Bahia continuou ocupada pelas tropas portuguesas do
Brigadeiro Madeira de Mello. No dia 2 de julho do mesmo ano, Salvador
foi palco de um dos mais importantes acontecimentos históricos
para o estado e que consolidou a total independência do Brasil.
A data passou a ser referência cívica dos baianos,
comemorada anualmente com intensa participação popular.
Dos planos iniciais de D. João III, expressos na ordem de
aqui ser construída "A fortaleza e povoação
grande e forte", o compromisso foi cumprido por Thomé
de Souza e continuado pelos que os sucedem. São filhos de
Catarina e Caramuru, que se misturaram com os negros da mãe
África e legaram à Salvador a força de suas
raças criando um povo “gigante pela própria
natureza”.
Fonte:
http://www.emtursa.ba.gov.br/Template.asp?
Nivel=00010002&IdEntidade=8 |
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Baianas
e Acarajé

“As baianas verdadeiras, com suas vestimentas policrômicas,
turbantes e panos da costa, chinelinhas e balangandans, constituem
o tipo mais característico da terra do Senhor do Bomfim.
São uma nota pitoresca as pretas velhas mercando o “acarajé”,
“o vatapá”, o “caruru”, o “mungunzá”
e outras comidas tipicamente baianas.”
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Baiana
e acarajé são reconhecidos como patrimônio imaterial
da cultura nacional. A tradicional baiana que prepara o famoso acarajé
e os inúmeros quitutes à base de dendê foi reconhecida
pelo Ministério da Cultura como bem cultural do Patrimônio
Imaterial no Livro dos Saberes. Dentre as várias influências
da culinária africana na Bahia, uma das iguarias mais apreciadas
é o acarajé, é um bolinho de massa de feijão
fradinho, com cebola, água e sal, frito em azeite de dendê
fervente; ele pode ser servido acompanhado de vatapá, pimenta,
camarão e caruru.A palavra acarajé é originada
do nome africano akará, que em lorubá significa pão
de comer. Considerado o símbolo mais forte da cultura popular
africana, o akará é feito com os mesmos ingredientes
do acarajé, porém servido cru. Nos períodos
de escravidão as mulheres negras alforriadas comercializavam
o acarajé nas capitais para obterem um tipo de renda.
Com a abolição da escravatura, outras mulheres
negras passaram a exercer a mesma atividade para garantiram
seu sustento.Nesta época as mulheres que vendiam acarajé
estavam ligadas ao candomblé, criando a tradição
de ofertar aos orixás o acarajé uma vez por
semana. |
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O
culto do candomblé também explica os trajes típicos
utilizados pelas baianas, constituídos por uma bata chamada
ojá, em algodão branco e bico de renda, saia rodada,
torso, colares com contas coloridas, argola de buzo e um par de
chagrim em couro, tudo isso para reverenciar os orixás. A
produção e comercialização do acarajé
é transmitida de geração para geração
tornando-se, assim, um verdadeiro patrimônio da cultura brasileira.
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Baiana
com Acarajé
Fonte: www.emtursa.ba.gov.br
Acesso em: 29/11/2005
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Baianas
do Candomblé

“As pretas velhas, tipos representativos das baianas que nós
conhecemos, com seus torsos de renda, suas figas de guiné,
turbantes e saias de cores vistosas, são as “rainhas”
dos “candomblés” ou as “cambonas”
preferidas pelos “pais de Santo” nos terreiros onde
se desenvolvem os rituais de magia negra.” |
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O
candomblé e demais religiões afro-brasileiras tradicionais
formaram-se em diferentes áreas do Brasil com diferentes
ritos e nomes locais derivados de tradições africanas
diversas: candomblé na Bahia, xangô em Pernambuco
e Alagoas, tambor de mina no Maranhão e Pará, batuque
no Rio Grande do Sul e macumba no Rio de Janeiro.
A organização das religiões negras no Brasil
deu-se bastante recentemente, no curso do século XIX. Uma
vez que as últimas levas de africanos trazidos para o Novo
Mundo durante o período final da escravidão (últimas
décadas do século XIX) foram fixadas sobretudo nas
cidades e em ocupações urbanas, os africanos desse
período puderam viver no Brasil em maior contato uns com
os outros, físico e socialmente, com maior mobilidade e,
de certo modo, liberdade de movimentos, num processo de interação
que não conheceram antes. Este fato propiciou condições
sociais favoráveis para a sobrevivência de algumas
religiões africanas, com a formação de grupos
de culto organizados.
Até o final do século passado, tais religiões
estavam consolidadas, mas continuavam a ser religiões étnicas
dos grupos negros descendentes dos escravos. No início
deste século, no Rio de janeiro, o contato do candomblé
com o espiritismo kardecista trazido da França no final
do século propiciou o surgimento de uma outra religião
afro-brasileira: a umbanda, que tem sido reiteradamente identificada
como sendo a religião brasileira por excelência,
pois, nascida no Brasil, ela resulta do encontro de tradições
africanas, espíritas e católicas.
Desde o início as religiões afro-brasileiras formaram-se
em sincretismo com o catolicismo, e em grau menor com religiões
indígenas. O culto católico aos santos, numa dimensão
popular politeísta, ajustou-se como uma luva ao culto dos
panteões africanos. A partir de 1930, a umbanda espraiou-se
por todas a regiões do País, sem limites de classe,
raça, cor, de modo que todo o País passou a conhecer,
pelo menos de nome, divindades como Iemanjá, Ogum, Oxalá
etc.
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O
candomblé, que até 20 ou 30 anos atrás era
religião confinada sobretudo na Bahia e Pernambuco e outros
locais em que se formara, caracterizando-se ainda uma religião
exclusiva dos grupos negros descendentes de escravos, começou
a mudar nos anos 60 e a partir de então a se espalhar por
todos os lugares, como acontecera antes com a umbanda, oferecendo-se
então como religião também voltada para segmentos
da população de origem não-africana. Assim
o candomblé deixou de ser uma religião exclusiva do
segmento negro, passando a ser uma religião para todos. Neste
período a umbanda já começara a se propagar
também para fora do Brasil.
Durante os anos 1960, com a larga migração do Nordeste
em busca das grandes cidades industrializadas no Sudeste, o candomblé
começou a penetrar o bem estabelecido território da
umbanda, e velhos umbandistas começaram e se iniciar no candomblé,
muitos deles abandonando os ritos da umbanda para se estabelecer
como pais e mães-de-santo das modalidades mais tradicionais
de culto aos orixás. Neste movimento, a umbanda é
remetida de novo ao candomblé, sua velha e "verdadeira"
raiz original, considerada pelos novos seguidores como sendo mais
misteriosa, mais forte, mais poderosa que sua moderna e embranquecida
descendente, a umbanda.
Nesse período da história brasileira, as velhas tradições
até então preservadas na Bahia e outros pontos do
País encontraram excelentes condições econômicas
para se reproduzirem e se multiplicarem mais ao sul; o alto custo
dos ritos deixou de ser um constrangimento que as pudesse conter.
E mais, nesse período, importantes movimentos de classe média
buscavam por aquilo que poderia ser tomado como as raízes
originais da cultura brasileira. Intelectuais, poetas, estudantes,
escritores e artistas participaram desta empreitada, que tantas
vezes foi bater à porta das velhas casas de candomblé
da Bahia. Ir a Salvador para se ter o destino lido nos búzios
pelas mães-de-santo tornou-se um must para muitos, uma necessidade
que preenchia o vazio aberto por um estilo de vida moderno e secularizado
tão enfaticamente constituído com as mudanças
sociais que demarcavam o jeito de viver nas cidades industrializadas
do Sudeste, estilo de vida já, quem sabe?, eivado de tantas
desilusões.
O candomblé encontrou condições sociais, econômicas
e culturais muito favoráveis para o seu renascimento num
novo território, em que a presença de instituições
de origem negra até então pouco contavam. Nos novos
terreiros de orixás que foram se criando então, entretanto,
podiam ser encontrados pobres de todas as origens étnicas
e raciais. Eles se interessaram pelo candomblé. E os terreiros
cresceram às centenas.
Fonte: http://acaiaba.vilabol.uol.com.br/historia.html
Acesso em: 29/11/2005 |
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Igreja
do Paço

“Em Salvador há inúmeras igrejas, cada qual
mais bonita. Salvador é a cidade dos primeiros governadores,
padres e das “mães-pretas”, que ajudavam a criar
os filhos do “Sinhô branco” e que a tradição
ainda conserva. No quarto centenário da Bahia, pelas ruas
de Salvador desfilaram tipos e cenas características desses
quatro séculos de civilização, revividos com
a mais absoluta perfeição.” |
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No
Séc XIX, o som que mais ecoava pelas ladeiras de Salvador
era o som do dobrar dos sinos de suas matrizes. Logo no alvorecer,
as igrejas convidavam, através destes sons, seus fiéis
para a primeira missa do dia. As horas também soavam pelos
sinos que, em dias de festa, acompanhando a atmosfera da cidade,
tornavam-se mais ouriçados.
Nesta cidade, que leva o nome do Salvador, concentram-se tantas
igrejas que, sejam elas suntuosas ou humildes, tradicionais ou inovadoras,
fazem com que o soteropolitano sinta-se mais próximo dos
céus e, de fato, abençoado por todos os santos.
Há quem conte que na cidade existam 365 igrejas, uma para
cada dia do ano. As igrejas tiveram importante papel na povoação
da cidade e na consolidação do Império Português,
pois cada uma delas reunia um povoado fazendo assim com que, em
1887, já fossem registradas 79 matrizes.
A igreja de Nossa Senhora da Graça foi construída
a mando de Catarina Paraguaçu. A primeira igreja da cidade
é a da Ajuda, também conhecida como a Sé de
Palha e construída pelos jesuítas. A primeira capela
foi a de Nossa Senhora da Conceição, construída
por Thomé de Souza, logo quando aportou na Baía de
Todos os Santos. A igreja em si foi pré-fabricada em Portugal
e importada anos depois.
Salvador abriga um grande número de templos católicos.
Alguns são verdadeiras obras de arte, construções
seculares que carregam traços de diferentes povos e culturas.
São exemplos memoráveis a Igreja da Ordem Terceira
de São Francisco, único exemplar no Brasil com fachada
em pedra lavrada (origem do barroco espanhol); Nossa senhora do
Rosário dos Pretos, construída pelos negros, possuindo
um cemitério de escravos em seu interior; N. S. do Bonfim,
a mais famosa por reverenciar o protetor dos baianos e a Catedral
Basílica, sede do Bispo no Estado.
Fonte: http://www.visiteabahia.com.br/visite/salvador/cultural/igrejas/index.php
Acesso em: 30/11/2005
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