Fundição de Aço
“O parque industrial do Estado de S. Paulo é o
maior da América do Sul. No grande estado bandeirante,
a indústria da fundição do aço está
em pleno desenvolvimento e é do desenvolvimento crescente
da fundição do aço que poderemos ter mais
locomotivas, mais estradas de ferro, mais tratores, mais máquinas,
enfim.”
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No
Brasil, a metalurgia do ferro foi iniciada logo após o
descobrimento. O padre Anchieta, já em 1554, relatava à
Corte Portuguesa, as ocorrências de ferro e prata.
A
primeira industrialização do metal foi iniciada
em 1587, por Afonso Sardinha, na serra de Cubatão, no rio
Jeribatuba, na antiga freguesia de Santo Amaro, perto de São
Paulo.
Em Biraçoiaba ou Araçoiaba, na última década
do século XVI, foram construídos dois pequenos fornos
para a produção de ferro com o minério extraído
do solo brasileiro. A exploração continuou em pequena
escala, com a construção de várias forjas
catalãs no estado de São Paulo.
"Quanto ao ferro é certo que dele se fundiu enquanto
houve fábrica em Santo Amaro, nas proximidades de São
Paulo (as forjas da região de Biraçoiaba): era um
ferro brando, mais brando que o de Biscaia, talvez por menos temperado,
segundo um papel que consta do Livro Primeiro do Governo do Brasil.
Cabe ao menos certa importância histórica ao engenho
de Santo Amaro, por ser, cronologicamente, o mais antigo de que
há notícia no hemisfério ocidental, embora
ao de Jamestown, na Virgínia, se dê comumente essa
primazia."
Em São Paulo, a atividade siderúrgica se reanimou
com a instalação de uma fábrica de ferro
em Sorocaba.
Foram construídos os fornos de Ipanema e do Morro do Pilar.
Dois nomes surgiram nessa época, ligados à siderurgia
brasileira: Eschwege e Varnhagen, metalurgistas e geólogos
à serviço da Corte de Portugal. Aqui chegaram em
1810.
O primeiro construiu perto de Congonhas do Campo, na "Fábrica
de Ferro" de propriedade da sociedade patriótica,
organizada pelo Conde de Palma, atual governador das Minas Gerais,
um baixo forno tipo sueco (figura 7) e que em 17 de dezembro de
1812 obteve a primeira corrida de gusa no país. Tal fábrica
chegou a contar com 8 fornos com 1,5 metros de altura que produziam
o ferro gusa.
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Frederico
Luiz Guilherme Varnhagen veio prestar sua colaboração
na então denominada "Real Fábrica de Ferro de São
João do Ipanema", em Sorocaba, assumindo a sua direção
em janeiro de 1815, obtendo a primeira corrida três anos depois.
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O
engenheiro francês, F. de Monlevade, montou em 1818, um
baixo forno em Caeté e, em 1825, uma forja catalã,
na fábrica de ferro de São Miguel de Piracicaba.
Com a volta de Varnhagen para a Europa (1821), logo em seguida
da de Eschwege, em Maio de 1822, após a declaração
de Independência, os fornos da Fazenda da Fábrica,
do Morro do Pilar e de Ipanema, gradativamente, foram se extinguindo,
deixando de funcionar definitivamente em 1860.
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Durante
a guerra do Paraguai, os fornos de Ipanema foram reacesos e deram sua
contribuição às armas do império, sobre
a administração de um militar, Capitão Joaquim
Mursa. Em 1895, entretanto, o estabelecimento foi definitivamente fechado.
As políticas econômicas dos governos de 1874 e 1884 fizeram
com que as indústrias metalúrgicas e mecânicas regredissem,
não podendo mais lutar contra a concorrência dos produtos
importados. Os pequenos fornos se apagavam e as forjas primitivas silenciavam;
seus produtos não podiam mais competir com a qualidade de o preço
dos estrangeiros.
São Paulo tenta reagir ao centralismo da Era Vargas, na Revolução
Constitucionalista de 1932, mas é derrotado. Mantém-se,
porém, como pólo econômico de maior potencial do
país. Torna-se a vanguarda da industrialização
e da modernização brasileira. Paralelamente à expansão
agrícola (café, cana-de-açúcar, soja, milho,
feijão, trigo, banana, laranja), o estado tem extraordinário
desenvolvimento industrial. Crescem a indústria de transformação
(aço, cimento, máquinas e componentes) e, principalmente,
as indústrias de bens de consumo (tecidos, alimentos, remédios,
higiene e limpeza) e bens duráveis (automóveis e eletrodomésticos).
Concentrando o grande fluxo de investimentos das multinacionais norte-americanas
e européias e as intensas correntes migratórias internas,
São Paulo aumenta consideravelmente sua população
e consolida sua força econômica.
Batedores
de Feijão
“O Estado de S. Paulo, famoso pela sua produção
de café, algodão, milho e arroz, é também
um dos maiores produtores de feijão, o prato predileto do
brasileiro. Desde o plantio até a colheita e o transporte,
a cultura do feijão emprega milhares de trabalhadores em
todo o estado.” |
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Origem
e História do Feijão
Existem
diversas hipóteses para explicar a origem e domesticação
do feijoeiro. Tipos selvagens, similares a variedades criolas
simpáticas, encontrados no México e a existência
de tipos domesticados, datados de cerca de 7.000 a.C., na Mesoamérica,
suportam a hipótese de que o feijoeiro teria sido domesticado
na Mesoamérica e disseminado, posteriormente, na América
do Sul. Por outro lado, achados arqueológicos mais antigos,
cerca de 10.000 a.C., de feijões domesticados na América
do Sul (sítio de Guitarrero, no Peru) são indícios
de que o feijoeiro teria sido domesticado na América do
Sul e transportado para a América do Norte.
Dados
mais recentes, com base em padrões eletroforéticos
de faseolina, sugerem a existência de três centros
primários de diversidade genética, tanto para espécies
silvestres como cultivadas: o mesoamericano, que se estende desde
o sudeste dos Estados Unidos até o Panamá, tendo
como zonas principais o México e a Guatemala; o sul dos
Andes, que abrange desde o norte do Peru até as províncias
do noroeste da Argentina; e o norte dos Andes, que abrange desde
a Colômbia e Venezuela até o norte do Peru. Além
destes três centros americanos primários, podem ser
identificados vários outros centros secundários
em algumas regiões da Europa, Ásia e África,
onde foram introduzidos genótipos americanos.
O
gênero Phaseolus compreende aproximadamente 55 espécies,
das quais apenas cinco são cultivadas: o feijoeiro comum
(Phaseolus vulgaris); o feijão de lima (P. lunatus); o
feijão Ayocote (P. coccineus); o feijão tepari (P.
acutifolius); e o P. polyanthus.
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Os
feijões estão entre os alimentos mais antigos, remontando
aos primeiros registros da história da humanidade. Eram cultivados
no antigo Egito e na Grécia, sendo, também, cultuados
como símbolo da vida. Os antigos romanos usavam extensivamente
feijões nas suas festas gastronômicas, utilizando-os
até mesmo como pagamento de apostas. Foram encontradas referências
aos feijões na Idade do Bronze, na Suíça, e
entre os hebraicos, cerca de 1.000 a.C. As ruínas da antiga
Tróia revelam evidências de que os feijões eram
o prato favorito dos robustos guerreiros troianos. A maioria dos
historiadores atribui a disseminação dos feijões
no mundo em decorrência das guerras, uma vez que esse alimento
fazia parte essencial da dieta dos guerreiros em marcha. Os grandes
exploradores ajudaram a difundir o uso e o cultivo de feijão
para as mais remotas regiões do planeta. |
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Açúcar
“O
Estado de S. Paulo, é o mais rico do Brasil. Sua indústria
é muito grande e sua agricultura a mais adiantada do País.
Dia à dia o paulista amplia os setores de sua atividade,
nos centros urbanos e rurais, num trabalho permanente para o progresso
do Brasil.”
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Com a fundação, em 1532, de São
Vicente, a primeira vila brasileira, Martim Afonso de Souza dá
início à ocupação e ao povoamento
de São Paulo e à colonização portuguesa
no Brasil. Poucos anos depois, os colonizadores sobem do litoral
para o planalto e fundam outros povoados, entre eles o de São
Paulo de Piratininga, em 1554.
Oficialmente, foi Martim Affonso de Souza que em 1532 trouxe a
primeira muda de cana ao Brasil e iniciou seu cultivo na Capitania
de São Vicente. Lá, ele próprio construiu
o primeiro engenho de açúcar. A produção
e a exportação de açúcar não
têm grande desenvolvimento, mas crescem outros cultivos,
como o de mandioca e o de milho, além da criação
de gado.No final do século XIX, o Brasil vivia a euforia
do café (70% da produção mundial estavam
aqui). Após a abolição da escravatura, o
governo brasileiro incentivou a vinda de europeus para suprir
a mão-de-obra necessária às fazendas de café,
no interior paulista. Os imigrantes, de maioria italiana, adquiriram
terra e grande parte optou pela produção de aguardente
a partir da cana. Inúmeros engenhos se concentraram nas
regiões de Campinas, Itu, Moji-Guaçu e Piracicaba.
Mais ao norte do estado, nas vizinhanças de Ribeirão
Preto, novos engenhos também se formaram.
Na virada do século, com terras menos adequadas ao café,
Piracicaba, cuja região possuía três dos maiores
Engenhos Centrais do estado e usinas de porte, rapidamente se
tornou o maior centro produtor de açúcar de São
Paulo. A partir da década de 10, impulsionados pelo crescimento
da economia paulista, os engenhos de aguardente foram rapidamente
se transformando em usinas de açúcar, dando origem
aos grupos produtores mais tradicionais do estado na atualidade.
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Foi nessa época, 1910, que Pedro Morganti, os irmãos Carbone
e outros pequenos refinadores formaram a Cia. União dos Refinadores,
uma das primeiras refinarias de grande porte do Brasil. Em 1920, um imigrante
italiano com experiência em usinas de açúcar, fundou
em Piracicaba uma oficina mecânica que logo depois se transformaria
na primeira fábrica de equipamentos para a produção
de açúcar no Brasil. Esse pioneiro era Mario Dedini.
A colonização de São Paulo começou em 1532
quando, em 21 de janeiro, Martim Afonso de Souza fundou a povoação
que iria transformar-se na Vila de São Vicente, uma das mais antigas
do Brasil e a mais remota da Colônia. Dando continuidade à
exploração da terra e em busca de novos gentios a evangelizar,
no cumprimento da missão que os trouxera ao Novo Mundo, um grupo
de jesuítas, do qual faziam parte José de Anchieta e Manoel
da Nóbrega, escalou a serra do mar chegando ao planalto de Piratininga,
onde encontraram, segundo cartas enviadas a Portugal, "uma terra
mui sadia, fresca e de boas águas". Do ponto de vista da segurança,
a localização topográfica de São Paulo era
perfeita: situava-se numa colina alta e plana, que facilitava a defesa
contra ataques de índios hostis. Nesse lugar, fundaram um colégio
em 25 de janeiro de 1554, ao redor do qual se iniciou a construção
das primeiras casas de taipa, que dariam origem ao povoado de São
Paulo de Piratininga. Em 1560, o povoado ganhou foros de vila.
No início, São Paulo vivia da agricultura de subsistência,
aprisionando índios para trabalharem como escravos na frustrada
tentativa de implantação em escala da lavoura de cana-de-açúcar.
Abacaxi
“Uma cultura que está merecendo especial atenção
no Estado de S. Paulo, é a dos pomares. S. Paulo produz
mil e uma variedade de frutas. A cultura do abacaxi, por exemplo,
tem merecido atenção redobrada e sua produção
que já é bem grande promete ser ainda maior.”
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Desde
a época em que foi impressa esta estampa passaram-se mais
de 4 décadas e a cultura do abacaxi não se desenvolveu
no Estado de São Paulo como era esperado.
O Brasil é, atualmente, o maior produtor mundial de frutas
(32 milhões de toneladas, produzidas em 2,2 milhões
de hectares, com geração de 4 milhões de empregos
diretos e indiretos). Entretanto, exporta pouco do que produz (receita
de US$ 1,1 bilhão/ano, da qual 90% deve-se aos frutos cítricos).
A produção mundial de abacaxi está estimada
em 12,8 milhões de toneladas (apenas 3% da produção
mundial de todas as frutas). O Brasil é o 2o produtor mundial
de abacaxi (1,62 milhão de toneladas, em 45.000 hectares
plantados), somente suplantado pela Tailândia, com 1,98 milhão
de toneladas. Os nossos principais compradores de suco concentrado
e de fruto in natura são a Argentina, Uruguai, Países
Baixos e Estados Unidos. No Brasil, os principais Estados produtores
são Minas Gerais (523.800 t), Paraíba (333.100 t)
e Pará (177.900 t); o Estado de São Paulo ocupa, apenas,
o 8o lugar (42.600 t).
O Estado de São Paulo, entretanto, é o maior consumidor
de abacaxi de mesa e o maior produtor de suco concentrado para exportação,
apesar de produzir apenas 5% do abacaxi que utiliza. A produção
paulista do fruto está concentrada nas regiões Oeste/Noroeste
- São José do Rio Preto e Araçatuba (50%) e
Central - Bauru e Marília (48%).
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A qualidade de polpa é altamente cotada, tanto no mercado internacional
como no interno, podendo proporcionar até 60% de aumento de preço
do produto. Como componentes desejáveis da mesma citam-se: doçura,
acidez de baixa a moderada, consistência tenra, suculência
e coloração atraente (amarelo-ouro). O novo cultivar 'IAC
Gomo-de-mel' reúne todo o conjunto dos caracteres acima citados,
ao contrário dos cultivares atualmente disponíveis para
o consumo in natura.
É interessante notar que, ainda hoje, existem amplas possibilidades
de expansão da abacaxicultura no Estado de São Paulo, tanto
para o consumo in natura como para o processamento industrial, desde que
novos cultivares, com caracteres desejáveis de planta e fruto,
sejam colocados à disposição dos produtores.
Café
“Com uma produção estimada em oito à
nove milhões de sacos, S. Paulo é o maior produtor
de café do mundo. As primeiras plantações de
café no Est. de S. Paulo datam de 1727. Seus cafezais imensos,
suas fazendas magníficas, marcaram para sempre a paisagem
paulista.” |
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Expansão
cafeeira - A província só volta ao primeiro plano
da vida nacional com a rápida expansão cafeeira, que
tem início na segunda metade do século XIX. Depois
do Vale do Paraíba, vindo do Rio de Janeiro, o café
passa a ser cultivado em todo o interior paulista. A mão-de-obra
escrava é substituída por milhares de imigrantes portugueses,
italianos, espanhóis, eslavos e japoneses. Exportado para
a Europa e para os Estados Unidos pelo Porto de Santos, o café
também impulsiona a construção de ferrovias.
A riqueza proveniente dos cafezais e de uma incipiente indústria
sustenta a liderança paulista no movimento republicano e
na República, em seu primeiro período. Mas a opção
pela defesa do café na ocasião da quebra da Bolsa
de Nova York provoca o rompimento dos acordos entre as oligarquias
tradicionais, especialmente a política do café-com-leite
entre São Paulo e Minas, e acaba por levar à Revolução
de 1930.
Fonte: http://www.ellje.com/hespiritu/colheita_de_cafe.htm
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O
fim da Colônia se antecipa, no próprio período colonial,
com a chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808, fugindo
ao avanço das tropas napoleônicas. D. João VI deu
então início a uma série de reformas que, da arquitetura
ao ensino superior, da civilidade urbana aos empreendimentos artísticos,
deveriam adequar o país para sediar o Vice-Reinado que abrigava
a Coroa portuguesa, e que de fato preparariam sua independência.
São Paulo também se beneficiaria em muito dessas transformações.
Foi em território paulista que, em 7 de setembro de 1822, o herdeiro
do trono português, o príncipe Dom Pedro, declarou a Independência
do Brasil, sendo aclamado Imperador com o título de Dom Pedro I.
Com sua renúncia nos anos 30, em meio à agitação
política contra o domínio português, seguiu-se o conturbado
período da Regência que, na segunda metade do século,
com a ascensão ao trono de D. Pedro II, cederia lugar a um período
de inusitado desenvolvimento e prosperidade do país, sobretudo
após a consolidação da agricultura cafeeira como
o principal produto de exportação brasileiro.
Foi
nessa época que São Paulo passou a assumir uma posição
de destaque no cenário nacional, com o avanço dos
cafezais, que encontraram na terra roxa do norte da província
o solo ideal. A expansão da cultura do café exigiu
a multiplicação das estradas de ferro, iniciando-se
então (1860-1861) em Santos e São Paulo os trabalhos
da construção da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí,
a São Paulo Railway, responsável pelo primeiro trem
a ligar as duas cidades. Esse foi um período de grandes transformações,
marcado pela crise do sistema escravocrata, que levaria à
Abolição em 1888 e que daria lugar, entre outros fatos,
à chegada em massa de imigrantes, principal alternativa de
solução ao problema da mão-de-obra na lavoura
cafeeira. |
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São
Paulo prosperou muito nessa época e a capital da província
passou por uma verdadeira revolução urbanística,
resultado da necessidade de transformar uma cidade acanhada, pouco
mais que um entreposto comercial, em capital da nova elite econômica
que se impunha. Em meados de 1860, a cidade de São Paulo
já era bem diferente da antiga cidade colonial. Os primeiros
lampiões de rua queimavam óleo de mamona ou de baleia
e a cidade já contava com um parque público, o Jardim
da Luz, que passaria por extensas reformas no final do século.
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Nesse
período, à medida que a cidade se expandia em todas as direções,
consolidava-se também um núcleo urbano moderno em torno
de alguns marcos simbólicos, como a Estação da São
Paulo Railway e o Jardim da Luz. Ao seu redor instalaram-se bairros residenciais
de elite - os Campos Elíseos -, com seus bulevares ao estilo parisiense,
como a avenida Tiradentes. Mas as estradas de ferro também permitiram
que surgissem novos bairros populares ao lado da Estação
da São Paulo Railway, como o Bom Retiro e o Brás, cujo povoamento
foi reforçado pela instalação, nas proximidades,
da Hospedaria dos Imigrantes. Também os edifícios públicos
multiplicaram-se: assembléia, câmara, fórum, escolas,
quartéis, cadeias, abrigos para crianças desamparadas. Dezenas
de igrejas, conventos e mosteiros ainda continuavam, como nos tempos coloniais,
a espalhar-se por toda parte. Na área cultural artistas de circo,
atores de teatro, poetas e cantores começaram a consolidar seu
lugar na cidade, junto com o primeiro jornal periódico.
Mas
as transformações no período também assumiram
outras facetas. A chegada de milhares de imigrantes, além de resolver
o problema da mão-de-obra da lavoura cafeeira, permitiu maior ocupação
do interior do Estado. Criaram-se as condições necessárias
para que pequenas fábricas, subsidiárias do café,
dessem os primeiros passos em direção à industrialização.
Com o interior já integrado ao cenário do rápido
crescimento da província, começou haver a preocupação
com a construção de novas estradas, prevendo-se a interiorização
dos cafezais e a prosperidade que seria sacramentada com a República.
Docas
de Santos
“Santos, grande cidade paulista fundada por Braz Cubas em
1536, possui um porto que é um dos maiores da América,
pelo seu movimento desusado. É lá que se fazem os
embarques do café produzido em S. Paulo, sendo muito grande
o trabalho da estiva na sua faina de carregar e descarregar os grandes
transatlânticos.” |
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O
marco oficial da inauguração do Porto de Santos é
2 de fevereiro de 1892, quando a então Companhia Docas de
Santos - CDS, entregou à navegação mundial
os primeiros 260 m de cais, na área, até hoje denominada,
do Valongo. Naquela data, atracou no novo e moderno cais, o vapor
"Nasmith", de bandeira inglesa.
Com
a inauguração, iniciou-se, também, uma nova
fase para a vida da cidade, pois os velhos trapiches e pontes fincados
em terrenos lodosos, foram sendo substituídos por aterros
e muralhas de pedra. Uma via férrea de bitola de 1,60 m e
novos armazéns para guarda de mercadorias, compunham as obras
do porto organizado nascente, cujo passado longínquo iniciara-se
com o feitor Braz Cubas, integrante da expedição portuguesa
de Martim Afonso de Souza, que chegou ao Brasil em janeiro de 1531.
http://www.portodesantos.com.br/historia/index_p.html
Foi de Braz Cubas a idéia de transferir o porto da baía
de Santos para o seu interior, em águas protegidas, inclusive
do ataque de piratas, contumazes visitantes e saqueadores do povoado.
Escolhido o sítio denominado Enguaguaçu, no acesso
do canal de Bertioga, logo se formou um povoado, motivo para a construção
de uma capela e de um hospital, cujas obras se concluíram
em 1543. O hospital recebeu o nome de Casa da Misericórdia
de Todos os Santos. Em 1546, o povoado foi elevado à condição
de Vila do Porto de Santos. Em 1550 instalou-se a Alfândega.
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Por
mais de três séculos e meio, o Porto de Santos, embora
tivesse crescido, manteve-se em padrões estáveis,
com o mínimo de mecanização e muita exigência
de trabalho físico. Além disso, as condições
de higiene e salubridade do porto e da cidade resultaram altamente
comprometidas, propiciando o aparecimento de doenças de
caráter epidêmico. |
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O
início da operação, em 1867, da São Paulo
Railway, ligando, por via ferroviária, a região da Baixada
Santista ao Planalto, envolvendo o estuário, melhorou substancialmente
o sistema de transportes, com estímulo ao comércio e ao
desenvolvimento da cidade e do Estado de S. Paulo.
A
cultura do café estendia-se, na ocasião, por todo o Planalto
Paulista, atingindo até algumas áreas da Baixada Santista,
o que pressionava as autoridades para a necessidade de ampliação
e modernização das instalações portuárias.
Afinal, o café poderia ser exportado em maior escala e rapidez.
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