Mineração do Ouro
Quando
os primeiros exploradores chegaram ao Brasil, o maior objeto de desejo
era o ouro, metal precioso o bastante para manter o fausto das cortes
européias. As excursões pioneiras pelo litoral e até
pelo interior foram frustrantes.

“A
mineração do ouro vem da “época das
minas gerais” nos primeiros anos do Brasil. A maior mina
do Brasil é a de Morro Velho, no estado de Minas Gerais,
que contribui com mais de 8% da produção de ouro
do país.”
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Foi
no contato com os índios que os estrangeiros se deram conta
que algo de muito valioso se escondia nos recônditos do
Brasil. Não faltavam histórias sobre uma terra distante,
onde o ouro brotava no leito dos rios.
Mais
de um século se passou até que uma expedição
de bandeirantes paulistas achasse o tão sonhado ouro, no
final do século XVII. E era muito, muito ouro, opulentas
minas. O mais provável é que o descobridor tenha
sido um paulista, Antônio Rodrigues Arzão, que não
pôde concluir seu feito por causa da animosidade dos índios
que caçava. Bartolomeu Bueno de Siqueira assumiu, com as
informações que recebeu, a busca pelo metal. Descobriu
em 1694, nos arredores de Itaverava, jazidas cujas amostras de
ouro foram levadas para o Rio de Janeiro, para apreciação
do Governador, que tinha jurisdição sobre todas
as descobertas.

Pico do Itacolomi, referência para os primeiros
Bandeirantes (Mariana – MG)
Fonte: http://www.idasbrasil.com.br/idasbrasil/geral/port/ouro.asp
(acesso em 19/11/2005)
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O
ouro era encontrado quase à superfície do solo. As técnicas
usadas, porém, eram primitivas. No ouro de lavagem (existente
no leito dos rios) utilizava-se a bateia. Para garimpar nos barrancos,
eram abertas as catas (grandes buracos afunilados) de onde o cascalho
era retirado e lavado, recolhendo-se as pepitas ali depositadas. No
caso dos veios auríferos (explorados somente por mineradores
com recursos) cavavam-se lavras ou minas, exploradas a céu aberto
ou em galerias subterrâneas. Sem melhorias no processo de extração,
a partir das últimas décadas do século XVIII, a
produção começou a declinar, chegando ao completo
esgotamento no final do século.
No
início da mineração, o ouro encontrado
no leito dos rios obrigou os garimpeiros a viverem como nômades.
Esgotada a lavra partiam para outras mais lucrativas. A população
encontrava-se bastante dispersa. Os imigrantes vinham de todo
lugar, ansiosos por fazer riquezas naquele novo Eldorado. Quando
o ouro começou a ficar escasso nos rios, a extração
passou para as encostas das montanhas. O trabalho de cavar exigiu
que o minerador se fixasse. As minas foram surgindo e junto
a elas os núcleos povoados. O ouro parecia brotar em
todo lugar. Sabarabuçu, Cataguás ou Cataguases,
Caeté, do Rio das Mortes, Itambé, Itabira, Ouro
Preto, Ouro Branco etc. Eram enfim muitas minas, ou melhor dizendo,
"Minas Gerais". Já em 1701 o nome começou
a ser usado, sendo oficializado em Carta Régia de 1732.
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Com
a exploração do ouro, tinha início a história
econômica de Minas Gerais, na fase conhecida como Ciclo
do Ouro. A Coroa Portuguesa criou em 1720 a Capitania das Minas,
desmembrada de São Paulo. Passou a controlar duramente
a extração, recolhendo 20% de tudo que era produzido,
o chamado quinto. Após o seu apogeu, por volta de 1750,
a atividade mineradora entrou em progressivo declínio,
sem que houvesse gerado vultosa expansão econômica.
Em 1789, a capitania deve à Coroa perto de 400 arrobas
de ouro, ou aproximadamente 6 t, em quintos atrasados. Esse
excesso de imposto alimenta movimentos favoráveis à
independência, como a Inconfidência Mineira, na
qual se destacou a figura de Joaquim José da Silva Xavier,
o Tiradentes. |
Manganês
O
manganês é um metal cinza semelhante ao ferro, porém
mais duro e quebradiço. Os óxidos, carbonatos e silicatos
de manganês são os mais abundantes na natureza e caracterizam-se
por serem insolúveis na água. O composto ciclopentadienila-tricarbonila
de manganês é bem solúvel na gasolina, óleo
e álcool etílico, sendo geralmente utilizado como agente
anti-detonante em substituição ao chumbo tetraetila. O manganês
não ocorre em estado puro; precisa ser retirado de seus minérios,
dos quais o mais comum é a pirolusita.

“O manganês é um mineral metálico de grande
aplicação para as ligas de ferro, cobre e níquel
na Indústria. O Brasil é o maior produtor de manganês
do Mundo, e Minas Gerais é o maior centro da produção
brasileira, principalmente na região de Lafaiete.” |
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Sua
principal aplicação, na forma de minério,
é na produção do aço comum. Em maiores
proporções, entra na composição de
ligas de aço especiais, às quais confere resistência
e tenacidade. O aço-manganês é matéria-prima
para a fabricação de trilhos de trem e ferragens
de alto impacto.
Após
o ciclo do ouro, estabelece-se em Minas Gerais a grande corrida
aos depósitos de hematita (minério de ferro), principalmente
no Quadrilátero Ferrífero, e outros minerais como
o Manganês.
Este minério, foi explorado a partir de 1894, e sua produção
cresceu no início do século 20, na região
ao redor de Conselheiro Lafaiete, que já se chamou Arraial
de Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre dos
Carijós e Vila Real de Queluz.
Em 1896, foi descoberto na fazenda Olaria um afloramento de minério,
a apenas 3 km da Prefeitura de Conselheiro Lafaiete. Mas como
o minério desses afloramentos não era tão
bom como outros da região, por conter muita sílica,
a jazida não foi imediatamente explorada. Mais tarde, como
a população sempre se referia ao local como “o
morro da mina”, a expressão foi utilizada para batizar
a mina de manganês. Foi criada então a Companhia
Morro da Mina, proprietária da fazenda.
As instalações para extração de manganês
nessa época eram rudimentares e, com a inauguração
do ramal ferroviário, em 1902, já partia o primeiro
trem rumo ao Rio de Janeiro, carregado com 5.704 t de manganês
de Morro da Mina, que seguiriam para a Inglaterra. Nessa época,
o Rio de Janeiro não possuía ainda um porto capaz
de receber os navios de maior calado e o manganês era colocado
em chatas, que o levavam até as embarcações
ou deixavam o minério estocado em ilhas próximas.
O recurso Trans-shipment e a utilização de ilhas
na Baía de Guanabara para estocagem do minério perduraram
por duas décadas.
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A
Companhia Morro da Mina cresceu e ganhou mercado, porque o manganês
passou de minério sem importância, desprezado pelos
primeiros garimpeiros, a insumo fundamental com o aumento da demanda
por aço. Na Primeira Guerra Mundial a mina obteve seu recorde
de produção que permanece até hoje: 296 mil
t registradas em 1917. Durante o conflito, a produção
de Morro da Mina superou 1 milhão t, sofrendo uma dura queda
em 1918. |
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A
United States Steel, maior siderúrgica americana, consumia o manganês
da mina brasileira e com a revolução comunista na Rússia
viu a produção daquela região ser afetada. A Índia,
outra grande produtora de manganês, direcionava seu produto para
a Europa, afetando ainda mais o suprimento da matéria-prima para
a empresa. Com isso, a empresa percebeu a importância estratégica
de extrair o manganês que consumia e enviou uma missão ao
Brasil em 1919. A empresa americana acabou adquirindo Morro da Mina em
dezembro de 1920, por US$ 4,8 milhões, e sua subsidiária
passou a se chamar Companhia Meridional de Mineração, assim
chamada por se localizar no hemisfério Sul. Era a primeira propriedade
off-shore da US Steel.
Veio
a Segunda Guerra Mundial e com isso a necessidade de mais aço
– e manganês – para a produção de
armamentos e equipamentos. Em 1942, Morro da Mina já contava
com 922 trabalhadores e exportou 900 mil t entre 1941 e 1945. Com
isso, os Estados Unidos garantiram sua produção de
armamentos, aproveitando a qualidade do minério, oxidado,
com boa redutibilidade nos fornos de ferro-ligas. A guerra acabou,
mas nos anos 50 o manganês voltou a ter boa demanda, graças
à reconstrução da Europa e à guerra
da Coréia. |
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Fonte:
http://www.militarypower.com.br/frame4-tankswwII.htm
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Catando
Diamante
Além
do ouro, fez-se de enorme relevância a exploração
de diamantes, abundantes naquela região. Em apenas um século,
1200 toneladas de ouro e três milhões de quilates de diamantes
foram extraídas na região das minas. As principais minas
encontravam-se no Arraial de Tijuco, hoje Diamantina.
Esse outro tipo de riqueza, ainda mais valiosa do que o metal dourado,foi
descoberta por volta de 1730, mais de 30 anos depois do início
da exploração aurífera nas Gerais. Os bandeirantes,
com fizeram com o ouro, começaram a explorar o diamante por conta
própria até a Coroa assumir o controle do negócio.

“A produção de diamantes é muito antiga
no estado de Minas Gerais. O norte do Estado, Diamantina, Serro
e Grão Mogol, é o grande centro produtor. Do Estado
de Minas têm surgido diamantes que valem milhões
de cruzeiro.”
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A nova pedra exigia uma legislação especial. Não
fazia sentido, por exemplo, falar em arrobas de diamante ou submeter
a pedra ao processo de fundição pelo qual passava
o ouro. A Coroa desenvolveu, então, um sistema de arrecadação
próprio para Diamantina, no qual se cobrava do contratador
(uma espécie de arrendador de minas) uma taxa pelo direito
de explorar uma determinada área.
Tudo que era encontrado nos chamados distritos diamantinos passava,
então, às mãos do contratador. Dos que ganharam
verdadeiras fortunas, o caso mais famoso é o de João
Fernandes de Oliveira - o amante de Xica da Silva, que, conta
a lenda, teria morrido mais rico do que o próprio rei.
Ao
contrário do Ciclo do Ouro, que declinou no final
do séc. XVIII, o Ciclo do Diamante manteve sua exuberância
por mais tempo. Ainda em 1831, ano em que o arraial passou
a se chamar Vila Diamantina, a extração e
comércio de diamante originava grandes riquezas.
Diamantina foi a maior lavra de diamantes do mundo ocidental
no séc. XVIII. Foram aproximadamente três milhões
de quilates, uma fortuna astronômica. Os diamantes
perfeitos eram chamados de "estrelas". Por isso
é fácil aceitar que o céu de Minas
refletia os diamantes do Tijuco. |
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É
interessante observar que, no século XVIII, o Brasil tornou-se
o maior produtor de ouro e diamantes do mundo. Pequena parcela dessa
riqueza ficava aqui: grande parte do ouro brasileiro.
Qual o destino da imensa riqueza encontrada no Brasil? Uma parcela
ficou aqui, concentrada nas mãos de poucos colonos; outra
parte seguiu para Portugal (para sustentação da Corte
e para a reconstrução de Lisboa, destruída
por um terremoto); o quinhão maior foi parar na Inglaterra
(credora de Portugal) alavancando a Revolução Industrial
daquele país.
“O ouro deixou buracos no Brasil, palácios em Portugal
e fábricas na Inglaterra”. Em resumo, foi essa a herança
da atividade mineradora na Colônia: contribuiu para a construção
de luxuosos palácios na cidade de Lisboa; foi a alavanca
da industrialização e do enriquecimento da Inglaterra;
e no Brasil, foi causa de revoltas, enforcamentos e do empobrecimento
do povo brasileiro.
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Pampulha
– Minas
Até
1893, a capital mineira era Ouro Preto, devido à importância
econômica alcançada no tempos do ciclo do ouro. A partir
de então, aquela cidade perde relevância econômica
devido à decadência do ouro.
Para
se destacar o novo cenário republicano, Minas Gerais precisava
mostrar-se politicamente unida e forte. A construção de
uma nova capital, localizada no centro geográfico do Estado, poderia
facilitar o equilíbrio das diversas facções políticas
que então disputavam o poder.

“Belo Horizonte, capital do Estado de Minas, foi construída
em fins do século 19 e inaugurada em 1897. está
situada a 920 metros de altitude, gozando de um clima excelente.
De um traçado perfeito Belo Horizonte possui locais agradabilíssimos
como a Pampulha, com sua lagoa e seu Cassino, como se poderá
ver na gravura do verso, com vista geral da cidade.”
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Os
republicanos também desejavam promover o progresso de Minas
Gerias, tornando-o um Estado industrializado e moderno. A cidade
de Ouro Preto não oferecia condições adequadas
para o crescimento econômico esperado. Os transportes e as
comunicações eram dificultados pelo relevo acidentado
da cidade e as estruturas de saneamento e higiene não comportavam
mais um aumento da população. A construção
de uma nova capital, planejada de acordo com essas exigências
era a solução para o problema do crescimento.
Um
outro fator contribuiu para fortalecer a idéia de mudança.
Ouro Preto, cidade histórica, guardava em sua arquitetura
uma série de símbolos e marcas do passado colonial
que os republicanos queriam enterrar. Com suas ruelas e becos, suas
igrejas barrocas e suas casas, porões e senzalas, a velha
capital lembrava os anos da dominação portuguesa,
das conspirações e da escravidão. Uma nova
cidade, planejada segundo os valores modernos, seria o símbolo
de uma nova era.
Em
1891, o presidente do Estado, Augusto de Lima, formulou um decreto
determinando a transferência da capital para um lugar que
oferecesse condições precisas de higiene. Em 1893
a lei foi adicionada à Constituição Estadual,
determinando que a nova sede do Governo fosse erguida em Belo Horizonte,
chamando-se Cidade de Minas.
No
prazo máximo de quatro anos, a capital deveria ser inaugurada.
A lei criava ainda a Comissão Construtora, composta de técnicos
responsáveis pelo planejamento e execução das
obras. Em sua formação, estavam alguns dos melhores
engenheiros e arquitetos do país, chefiados por Aarão
Reis.
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O
progresso da cidade se deu em marcha lenta. Nas duas primeiras décadas
do século 20, Belo Horizonte viveu, alternadamente, períodos
de grande crise e surtos de desenvolvimento. Os anos quarenta trazem
a modernidade e dão um ar de metrópole à Belo
Horizonte. Nessa época, a capital ganhou várias indústrias,
abandonando seu perfil de cidade administrativa. O impulso para
isso foi dado pela criação de um Parque Industrial,
em 1941. O setor de serviços também começou
a crescer com o fortalecimento do comércio. O centro da cidade
tornou-se, então, uma área valorizada, principalmente
para a construção de edifícios, e passou a
sofrer a especulação imobiliária.
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O
grande responsável pela transformação de Belo
Horizonte foi o prefeito Juscelino Kubitschek. Com o objetivo de
renovar a capital, promovendo um surto de desenvolvimento e modernização,
JK realizou diversas obras que projetaram internacionalmente o nome
da cidade.
A mais importante delas foi o Complexo Arquitetônico da Pampulha
inaugurado em 1943. Desenhado pelo jovem arquiteto Oscar Niemeyer,
o complexo era formado por quatro obras principais a Igreja de São
Francisco de Assis, a Casa do Baile, o Cassino e o Iate Golf Clube
instaladas às margens da lagoa artificial. Com suas linhas
originais e modernas, Oscar Niemeyer fez da Pampulha um dos maiores
exemplos da arquitetura modernista brasileira. |
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Cassino
Fonte: http://www.guiadasemana.com.br
/detail.asp?ID=4&cd_place=1831
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Ouro
Preto
Como
resultado da busca do ouro, que ocorreu no final do século XVII,
nasceu Ouro Preto, sob o nome de Vila Rica. Naquela época, o ímpeto
pela riqueza fácil levam à região centenas de aventureiros.
Segundo a lenda, ao meter a gamela no Ribeirão Tripuí para
matar sua sede, um homem encontra no fundo algumas pedras negras e resolve
guardá-las. De volta a Taubaté, em São Paulo, de
onde partira sua bandeira, repassa as pedras a outro homem, e estas chegam
às mãos do então governador do Rio de Janeiro, Artur
de Sá e Menezes. Num gesto despretensioso, o governador leva à
boca uma das pedras e, trincando-a com os dentes, identifica o tão
cobiçado metal.

“Antiga capital de Minas, Vila Rica, é hoje um patrimônio
artístico e colonial do Brasil. Berço de Marília
e Dirceu, cidade dos sobrados coloniais, da igrejas e da Escola
de Minas, Ouro Preto é uma relíquia do nosso passado.”
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A partir daí, aumenta o número de bandeiras que
se dirigem à região. O metal é abundante,
encontrado no leito e às margens dos rios e na encosta
dos morros. A atividade mineradora torna-se naturalmente a mais
importante, e a inexistência de trabalho agrícola
provoca fome e faz com que muitos aventureiros abandonem seus
achados e retornem às suas terras de origem, retardando
a efetiva ocupação do território.
Em 1698, saindo de Taubaté, São Paulo, a bandeira
chefiada por Antônio Diase descortina o Itacolomi do alto
da Serra do Ouro Preto, onde implantou a capela de São
João. Ali, tem início o povoamento intenso do Vale
do Tripui que, trinta anos depois, já possuía perto
de 40 mil pessoas em mineração desordenada e sob
a louca corrida pelo ouro de aluvião.
Entre 1708 e 1709, paulistas — os primeiros descobridores
da região — se revoltam contra os forasteiros, em
sua maioria portugueses, baianos e pernambucanos. A rivalidade
entre os dois grupos e a preponderância administrativa dos
paulistas, que fazem a distribuição de veios de
ouro, culmina na Guerra dos Emboabas. Liderados pelo comerciante
português Manuel Nunes Viana, os forasteiros saem vitoriosos.
O visível crescimento desses arraiais leva o governador
da capitania Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho a
criar, em 1711, Vila Rica.
De 1730 a 1760, a produção aurífera atinge
seu apogeu. Essa é a fase gloriosa de Ouro Preto, assinalada
por suas sofisticadas construções e festas barrocas.
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Em 1763, já se vislumbra a decadência do ouro e o iminente
colapso econômico. As dificuldades de se extrair mais ouro levam
o governo português a criar novos impostos, sem se preocupar em
dinamizar a economia colonial. Alguns anos depois, o novo governador
de Vila Rica, Visconde de Barbacena, toma a si a missão de lançar
a derrama, imposto compulsório sobre os rendimentos atrasados
do quinto do ouro, que, em 1788, ultrapassavam oito mil quilos.

Ouro
Preto, antiga Vila Rica
Fonte: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=302
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A
Inconfidência Mineira é o apogeu do pensamento político
e faz mártires entre padres, militares, poetas e servidores
públicos, liderados por Tiradentes.
Apesar de deixar de ser referência econômica, Vila
Rica continua politicamente ativa e sua vocação
cultural é reforçada com a criação
de duas escolas de nível superior: a Escola de Farmácia,
em 1839, primeira da América Latina, e a Escola de Minas
de Ouro Preto, criada por ato de Dom Pedro II, em 1876.
Com a Independência do Brasil, recebe o nome de Ouro Preto
e torna-se a capital de Minas até 1897, quando é
inaugurada Belo Horizonte, planejada e construída para
esse fim. A partir daí, a cidade esvazia-se por completo.
Além dos setores administrativos e econômicos, famílias
inteiras transferem-se para a nova capital, deixando para trás
memórias de um passado glorioso. |
A perda do papel administrativo de sede do Estado será fato de
grande importância para a conservação das feições
urbanas da antiga Vila Rica, que, sem a necessidade do acelerado crescimento
imposto às capitais brasileiras no século XX, mantém
praticamente inalterado seu conjunto arquitetônico, artístico
e natural.
A
cidade é instituída Patrimônio da Memória
Nacional a partir de 1933 e tombada pelo IPHAN em 1938. Em 1980
é considerado Patrimônio Cultural da Humanidade,
pela UNESCO.
O surgimento e apogeu da arte colonial em Minas Gerais - barroco
mineiro - é um fenômeno inteiramente ligado à
exploração do ouro, acontecido no século
XVIII, que veio criar uma cultura dotada de características
peculiares e uma singular visão do mundo.
A medida que se expandia a atividade mineradora, o barroco explodia
na riqueza de suas formas, na pompa e no fausto de suas solenidades
religiosas e festas públicas, vindo marcar, de maneira
definitiva, a sociedade que se constituiu na região.
Ouro Preto - hoje Patrimônio Histórico Mundial -
representa inquestionavelmente a síntese da arte colonial
mineira, não apenas pela expressão de sua história
mas pelas excepcionalidade do acervo cultural que preservou.
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Fonte:
http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo01/
barroco_mineiro.html |
Grutas
Calcáreas
A
tradição de pesquisas arqueológicas em Minas Gerais
é uma das mais antigas de nosso território. A riqueza de
seus vestígios pré-históricos atraiu, desde a primeira
metade do século passado, inúmeros pesquisadores, com diferentes
formações, objetivos e resultados.

“As grutas calcáreas do S. Francisco são curiosas
e variadas, com seus múltiplos formatos. As mais famosas
são a de Maquine, que é muito bonita e a da Lagoa
Santa, onde o sábio dinamarquês Lund, descobriu os
mais antigos vestígios do nome pré-histórico
na América.” |
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Podemos
situar o início das pesquisas em 1834, quando Peter Wilhelm
Lund, botânico dinamarquês e paleontólogo amador,
estabeleceu-se em Lagoa Santa. Tendo pesquisado mais de 800 grutas
na região, Lund foi o precursor da paleontologia e da arqueologia
brasileira, uma vez que, além de ossos de animais fossilizados,
localizou ossos humanos e deparou-se com as famosas pinturas da
região. Em uma destas grutas, Lund encontrou ossos humanos
misturados aos de animais já extintos, o que serviu para
convencê-lo da antiguidade da ocupação humana
em Lagoa Santa. Suas descrições minuciosas, sobretudo
quanto aos restos paleontológicos, chegaram até nossos
dias e ajudaram a tornar Lagoa Santa, durante muito tempo, a região
arqueológica brasileira mais conhecida (se não a única)
no mundo, tendo sido a partir de suas pesquisas que se cunhou a
expressão Homem de Lagoa Santa.
Outra
gruta descoberta por Peter Lund é a Gruta de Maquine, que
fica no município de Cordisburgo, terra de Guimarães
Rosa, a 130 quilômetros de Belo Horizonte. A gruta é
a maior já encontrada em Minas para acesso público.
Foi descoberta quando ele peregrinava pela bacia do rio das Velhas
à procura de espécies animais e vegetais. Maquiné
abriga belezas únicas em 650 metros de extensão. Nos
440 metros abertos à visitação revezam-se grandes
salões e atraentes galerias, resultantes da atividade erosiva
milenar. No salão do urso ou do elefante é possível
ver um grande cogumelo que lembra a bomba atômica. Através
de suas formações calcárias, os espoleotemas
(estalactites, estalagmites, colunas, cortinas, represas de travertino,
etc), a visão interior dessa caverna cria figuras estilizadas
em formas vivas e concretas (figuras animais, humanas, de castelos,
colunas e véus de noivas).
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O
sítio onde se encontra a Gruta de Maquiné caracteriza-se
pela riqueza de formações cáusticas. A ação
erosiva das águas propiciou a formação de cavernas,
como a também conhecida Gruta do Salibre (fechada à
visitação), situada próxima à de Maquiné
e outras formações típicas das regiões
cáusticas.
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Fonte:
http://www.tourguidebrazil.com/fotos.html
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Minas
Gerais, tornou-se um dos estados mais conhecidos na Arqueologia Brasileira,
apresentando um dos quadros mais belos e ricos de nossa pré-história.
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