Viajando pelo Brasil

Pictorial travel around the Brazil
Memory of the mid-twentieth century - 1950 circa
Eucalol series 256 a 279
Texto extraído do verso das estampas
Desenhos do artista Percy Lau
Das coleções do Rio de Janeiro

Amazonas (série 256)

 
pag 17


Arpoadores de Jacaré

“À margem dos rios, na selva Amazônica, os caboclos vivem da caça e da pesca.Com o arpão, apanham o jacaré cuja carne acham excelente e cuja pele vendem na casa de comércio mais próxima ou a bordo dos navios.”

 

A principal atividade na Ilha de Marajó é a criação do gado vacum e do búfalo. O gado de Marajó é exportado para outros pontos da Amazônia e para as Guianas.

Mas, as enchentes e os terrenos baixos exigem o transporte dos animais para lugares mais altos. Em certa época do ano esses locais constituem ambiente muito favorável aos jacarés, que se reproduzem em quantidade espantosa.

Às vezes o gado é colocado em marombas, verdadeiros jiraus, armações que os protegem dos jacarés e peixes. Os vaqueiros levam para as marombas o capim e a alimentação.
Atacando assim os bezerros, os jacarés dão anualmente aos fazendeiros de gado grande prejuízo e, daí, a prática das grandes caçadas em que se eliminam, às vezes, centenas daqueles animais.

Para lutar contra os jacarés, os fazendeiros contratam os arpoadores, que são caboclos com prática de lançar o arpão. Como na pesca do pirarucu, é lançado de cima das canoas ou das margens das lagoas. Esta forma de caça é de origem indígena. Morto o jacaré, retiram seu couro para vender. O jacaré é visado mais como inimigo do gado do que como um perigo para os habitantes da ilha. Com o uso das armas, está desaparecendo a figura do arpoador.

Fonte: www.terrabrasileira.net/folclore/regioes


Comboio de Canoas



“No Amazonas, as pequenas embarcações a remo, chamam-se “montarias”, e, cobertas com um toldo rústico viajam nos grandes rios. No rio negro, comboio de canoas dirigem-se para Manaus, capital do Estado, e que se abastece de frutos e leite dos sítios visinhos. ”
 

O Amazonas possui uma grande variedade de transportes fluviais, tanto para passageiros como para cargas. Como exemplo, pode-se citar a “igara”, a “igaramirim”, a “igaraçu”, que são, respectivamente, canoas de tamanhos mediano, pequeno e grande. Há ainda, embarcações como a “igarité” e a “montaria”, sendo esta última menor.

A “montaria teve papel histórico importante no desbravamento da Amazônia. Sua função na colonização da Amazônia foi análoga à do cavalo na zona pastoril. Sua missão ainda hoje é a de transportar o caboclo qual equino deslizando sobre as águas dos rios.

Salientam-se pelo seu aspecto alongado e pelas toldas de pano, as embarcações empregadas nas grandes navegações e nas primeiras explorações dos rios amazônicos.


Fonte:
http://www.ahimoc.com.br/download/
Estudo_de_Transporte_e_Fluxo_de_Carga_da_Hidrovia_do_Rio_Solimoes_
(Manaus_Tefe).pdf


Navio Gaiola

“O “gaiola” é um navio típico da Amazônia, mixto de passageiros e carga. Sobem e descem os rios sempre lotados e os passageiros armam suas redes em qualquer parte, entre bois, macacos e passarinhos!... O “gaiola” maior chama-se “chata” ou “vaticano”. ”.

 

A vasta rede fluvial do Amazonas oferece todas as possibilidades para o transporte que se realiza, na região, por numerosos tipos de embarcações, indígenas ou não, escalonadas desde as primitivas “ubás” de casca de pau ou de madeira de árvores, até os navios movidos a hélice, de construção inglesa ou holandesa, “gaiolas” ou “vaticanos”. Lentos, porém muito úteis, os navios “Gaiolas”, emprestavam à paisagem do grande rio brasileiro aquele aspecto romântico existente no Missouri e Mississipi, nos Estados Unidos.

Antes de adentar pelas águas do rio, os navios que eram importados, chegavam desmontados nos portos marítimos e subiam as montanhas para serem montados nos portos fluviais. Com suas bocas de caldeiras abertas ao consumo de grande quantidade de madeira, essas embarcações começaram a navegar pelo Rio São Francisco e seus afluentes por volta de 1870. Consta que a primeira Gaiola que subiu o rio foi a “Saldanha Marinho”, chegando a ser um dos orgulhos da inventiva nacional, pois saiu de Sabará, pelo rio das Velhas, até atingir o São Francisco.

Na época, entusiasmado com os modernos meios de transportes, o Imperador D. Pedro II, não resistiu os apelos da festa e saiu do Rio de Janeiro, de trem, para assistir o lançamento do velho vapor.

Fontes:
http://www.odebate.com.br/noticias.asp?ID=7863
http://www.pe-az.com.br/transportes energia/gaiola.htm


Frutos Regionais

O Piquiá é da família Caryocaraceae e é um fruto drupáceo, de formato variável em função do número de semente. A árvore de Piquiá atinge alturas consideráveis, tem forma esférica, ligeiramente achatada nos pólos, e seu tamanho regula o de uma laranja graúda. A casca de cor marrom-acinzentada, é espessa e carnuda, com quatro bagos em forma de rim, composta de polpa amarela de 3 a 10 mm de espessura, aderente a um caroço lenhoso, muito duro, que contém uma amêndoa comestível e bastante apreciada.

O Bacuri é um fruto tipo baga, ovóide, de até 13 cm de diâmetro e 900 gramas de peso, casca grossa, de cor amarelo-citrina quando maduro e polpa branca, passando a amarela quando exposta ao ar, macia, de cheiro e sabor agradáveis e envolvendo de 1 a 4 sementes.

Na maioria dos frutos uma das sementes não se desenvolve, ficando no seu lugar somente a polpa, chamada popularmente de filho e considerada a parte mais saborosa. É muito usada na preparação de sucos, sorvetes , licores ou doces. As sementes também são comestíveis.



“A Amazônia é a terra dos frutos bonitos, gostosos e de nomes exquisitos: Piquiá, bacurí, tucumã, marajá e outros. Esses frutos são a nota decorativa dos mercados de Manaus e agradam aos viajantes pelo seu aroma e sabor. ”

 

Sua árvore de até 35 metros de altura, possui flores róseas que se tornam vermelhas e cobrem toda a copa.

O Marajá possui, em geral, casca dura e coloração preto-arroxeada encerrando uma polpa comestível in natura, mais ou menos sumarenta, de cor branca, amarelada ou avermelhada, saborosa ou agri-doce, dependendo da espécie. Também com essa polpa, produz-se um líquido vinoso ou vinagre de qualidade variável. É comum ser vendido nos meses de Março e Abril. A palmeira-marajá é totalmente tomada de espinhos.

O Tucumanzeiro é uma palmeira que chaga a alcançar 10 m de altura. Essa palmeira produz cachos com numerosos frutos de formato ovóide, casca amarelo-esverdeada e polpa fibrosa, amarela, característica, que reveste o caroço e são conhecidos como Tucumã. O fruto tem grande valor nutritivo, e pode ser consumido na forma de sorvetes, doces e compotas. Com a polpa pode-se preparar o “vinho de tucumã”.
Existem outros tipos de frutos regionais no Amazonas como, o Açaí, a Bacaba, o Cupuaçú, a Castanha-do-Pará, a Pupunha, o Murici, e muitos outros.

Fontes:
www.ufpel.tche.br/subfrut
www.cdpara.pa.gov.br/cultura/gastronomia/gas_fru6.html
www.inpa.gov.br/cpca/charles/crc-cap.html
www.revistanossopara.com.br/conteudo.php?edicao=7&indice=69
www.casaecia.arq.br/amazonia.htm


O Seringueiro



“Seringueiro é o tipo característico da Amazônia. Com sua machadinha golpeia as seringueiras, crava nos cortes as tijelinhas para recolher o leite. O líquido extraído (latex) depois de coagular toma, então, o nome de borracha.”
 

Regularmente o seringueiro anda nas trilhas que passam pelas seringas, em cujos troncos ele aplica cortes diagonais. Assim o látex vai saindo e escorrendo num pote amarrado na árvore e pode ser recolhido na próxima volta. Este látex liquido antigamente foi aplicado em varas, os quais eram giradas na fumaça em cima da fogueira. Com o calor o látex ficava solido e com a fumaça ficava resistente contra fungos. Assim se formavam fardos de borracha de mais ou menos meio metro de diâmetro. Esta técnica hoje em dia quase não se usa mais. Hoje existem outras formas de processamento do látex sem fumaça. A forma de subsistência como seringueiro é até hoje a mais comum entre os moradores da floresta. Os seringueiros de hoje, sendo a maioria índios ou mestiços, chamados "caboclos", não extraem só o Látex, mas também outros produtos da floresta, principalmente a Castanha do Brasil. Eles também exercem agricultura e caça para o próprio uso em pequena extensão. As casas dos seringueiros são simples, cobertas de palha. Muitas vezes onde eles moram não tem escolas nem assistência medica. O usufruto sustentável da floresta pluvial pelos seringueiros é uma forma de convivência harmoniosa e ecologicamente consistente de homem e floresta pluvial. A situação ecológica da floresta amazônica é inseparavelmente ligada á situação econômica e social dos seringueiros...


Fonte:

www.amazonlink.org/acre/amazonas/seringueiros


Teatro de Manaus

A história do Teatro Amazonas inicia-se em 1881, quando o Deputado A. J. Fernandes Júnior apresentou o projeto para a construção de um teatro em alvenaria, na cidade de Manaus. A proposta foi aprovada pela Assembléia Provincial do Amazonas e começaram as discussões a respeito da construção do prédio. Manaus, que vivia o auge do Ciclo da Borracha, era uma das mais prósperas cidades do mundo, embalada pela riqueza advinda do látex da seringueira, produto altamente valorizado pelas indústrias européias e americanas.



“Ainda hoje existe em Manaus o belo teatro “Amazonas” construído em 1907, na chamada época do “ouro negro” quando a borracha era produzida somente na Amazônia e atinge a preços extraordinários. Para a inauguração do teatro, vieram da Europa famosas companhias teatrais.”
 

Destacam-se os ornamentos sobre as colunas do pavimento térreo, com máscaras em homenagem a dramaturgos e compositores clássicos famosos, como Ésquilo, Aristóphane, Moliére, Carlos Gomes, Rossini, Mozart, Verdi, Chopin e outros. Sobre o teto abobadado estão afixadas quatro telas, pintadas em Paris, onde são retratadas alegorias à música, dança, tragédia e uma homenagem ao grande compositor brasileiro Carlos Gomes. Do centro, pende um lustre dourado com cristais, importado de Veneza, que desce até o nível das cadeiras para a realização de sua manutenção e limpeza.
Destaca-se ainda na sala de espetáculos a pintura do pano de boca do palco, de autoria de Crispim do Amaral, que faz referência ao encontro das águas dos Rios Negro e Solimões. A cidade necessitava de um lugar onde pudessem se apresentar as companhias de espetáculos estrangeiras e a construção do teatro, portanto, era uma exigência da época. Foram trazidos arquitetos, construtores, pintores e escultores da Europa para a realização da obra. A decoração interna ficou ao encargo de Crispim do Amaral, com exceção do Salão Nobre, área mais luxuosa do prédio, entregue ao artista italiano Domenico de Angelis.

O teatro possui toda uma diversidade de ambientes concebidos com diferentes materiais, daí ser considerado um espaço sobremaneira eclético. É sem dúvida o mais importante prédio da cidade, não somente pelo seu inestimável valor arquitetônico, mas principalmente pela sua importância histórica, uma prova viva da prosperidade e riqueza vividos na fase áurea da borracha

Fonte:
www.brasilviagem.com/pontur


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